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Declaração ocorre em meio a alta volatilidade no mercado global após tarifas comerciais de Donald Trump.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta segunda-feira (7) que o futuro de um Brasil mais igualitário e justo está nas mãos dos próprios brasileiros, sem depender de influências externas como Estados Unidos, China ou Argentina. A afirmação foi feita durante uma cerimônia na cidade de Cajamar, na região metropolitana de São Paulo, onde foram anunciados novos investimentos e a criação de empregos pela gigante do comércio eletrônico Mercado Livre. O evento reuniu autoridades e representantes do setor privado, destacando a importância de iniciativas locais para o fortalecimento da economia.

“Esse país de classe média, que queremos construir, está nas nossas mãos. Não depende dos Estados Unidos, não depende da China, nem da Argentina. Depende exclusivamente de nós, brasileiros”, enfatizou Lula. O presidente reforçou sua visão de uma nação mais equilibrada, com uma classe média robusta e sem os contrastes gritantes entre uma minoria extremamente rica e uma maioria em situação de pobreza. Ele defendeu que o desenvolvimento nacional passa por esforços internos e pela valorização do potencial do povo brasileiro.

A declaração de Lula coincidiu com um dia de forte turbulência nos mercados financeiros internacionais, impulsionada pelo início das tarifas comerciais anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e pelas reações da China. A escalada da guerra comercial, que começou a se intensificar na sexta-feira (4), gerou incerteza global e afetou diretamente o Brasil. O mercado financeiro refletiu o nervosismo dos investidores: o dólar à vista encerrou o dia com alta de 1,24%, cotado a R$ 5,9107, enquanto o índice Ibovespa, principal referência da Bolsa de Valores brasileira, registrou queda de 1,31%, fechando em 125.588,09 pontos.

O chamado “tarifaço” de Trump passou a valer no sábado (5), marcando o início oficial das novas medidas protecionistas americanas. Este foi o primeiro dia útil com as tarifas em vigor, que incluem uma taxa de 10% sobre produtos exportados pelo Brasil para os EUA. Já para a China, o governo americano impôs uma alíquota bem mais alta, de 34%, o que levou o país asiático a retaliar imediatamente com a mesma taxa sobre importações americanas. O embate entre as duas potências ganhou um novo capítulo nesta segunda-feira, quando Trump ameaçou aumentar ainda mais a tarifa contra a China para 50%, caso Pequim não recuasse em sua posição.

No Brasil, os efeitos da instabilidade global foram sentidos ao longo de toda a sessão do mercado. Após oscilações, os indicadores fecharam em queda, evidenciando os impactos das tensões comerciais no cenário econômico nacional. Analistas apontam que a guerra tarifária pode trazer desafios adicionais para o comércio exterior brasileiro, especialmente em um momento em que o país busca consolidar sua recuperação econômica. Nesse contexto, as palavras de Lula ganham peso ao reforçar a ideia de autonomia e protagonismo brasileiro frente às incertezas internacionais.


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