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Nova rodada de negociações ocorre na terça (10), às 14h, na sede do SET.

Negociação salarial entre motoristas e empresas de transporte segue travada em Goiânia

A negociação salarial entre o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Coletivos de Goiânia (Sindcoletivo) e o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo (SET) segue sem avanços após seis rodadas de reuniões. Diante da estagnação, os motoristas ameaçam deflagrar uma greve caso suas reivindicações não sejam atendidas. A categoria busca um reajuste salarial anual, com data-base em 1º de março. Uma nova tentativa de acordo está marcada para a próxima terça-feira (10), às 14h, na sede do SET.

Segundo o Sindcoletivo, até o momento as empresas não apresentaram nenhuma proposta concreta, apesar de repetidas promessas ao longo das negociações. O presidente da entidade afirma que, em comparação com 2024, o processo este ano tem sido ainda mais lento. Ele destacou que, no mesmo período do ano passado, já existia um esboço de proposta — o que não ocorreu em 2025.

Além das seis reuniões realizadas, o sindicato alega que outras cinco foram canceladas pelas empresas, o que, na avaliação da entidade, compromete a credibilidade do processo e demonstra falta de respeito com os trabalhadores. O sindicato também critica a postura patronal diante de um sistema que recebe subsídios públicos e vem renovando sua frota.

Reivindicações da categoria

Os trabalhadores pedem reajuste salarial entre 8% e 9%, além de melhores condições de trabalho. Entre as demandas estão a redução da carga horária, intervalo menor para refeições e melhorias nas salas de descanso nos terminais, utilizadas por motoristas e cobradores.

Hoje, o salário base de um motorista de ônibus em Goiânia gira em torno de R$ 3 mil. Em 2024, o reajuste foi de 7,5%, homologado pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT), com acréscimo também no vale-alimentação. Para o Sindcoletivo, o piso salarial da capital goiana ainda é um dos mais baixos do país, mesmo com uma das tarifas mais altas. Como comparação, cidades como São Paulo e Brasília oferecem remunerações significativamente maiores.

A expectativa da categoria é que, na próxima reunião, o SET apresente finalmente uma proposta oficial. Caso isso aconteça, uma assembleia será convocada para votação. Em caso de novo impasse, o sindicato pretende acionar a Superintendência Regional do Trabalho, o Ministério Público do Trabalho e até recorrer ao TRT com um pedido de dissídio coletivo de natureza econômica.

Clima de insatisfação cresce

Apesar da postura cautelosa da diretoria sindical, o clima entre os trabalhadores é de crescente insatisfação. Segundo o presidente Carlos Alberto, são frequentes os pedidos por uma paralisação imediata. “O sindicato tenta evitar esse caminho, mas a paciência está no limite. O silêncio das empresas se tornou insustentável”, afirmou.

Durante a pandemia, a categoria manteve o transporte público em funcionamento, mesmo sob riscos elevados — um esforço que ainda é usado como argumento em defesa da valorização dos profissionais.

Para o sindicato, as empresas estão em situação financeira sólida, com avanços tecnológicos, maior previsibilidade de receita e apoio via subsídios. Nesse cenário, a ausência de uma proposta salarial é vista como falta de compromisso com os trabalhadores.

O SET confirmou que as negociações continuam e que a próxima reunião está mantida para terça-feira, mas informou que só comentará os termos após a formalização de uma proposta.

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