Direita lidera no Equador com 56% dos votos após 84% das urnas apuradas.


O atual presidente do Equador, Daniel Noboa, mantém uma vantagem significativa na corrida presidencial deste domingo (13), somando 56% dos votos contra 44% da candidata de esquerda Luisa González, segundo resultados parciais.
Com 37 anos, Noboa, herdeiro de um império empresarial, assumiu a presidência há pouco mais de 16 meses, após vencer González nas eleições de 2023 e completar o mandato do seu antecessor. O presidente defende que o seu plano de segurança, denominado “Fênix” – que envolve presença militar nas ruas, reforço da vigilância nos portos e intensificação no combate ao tráfico de armas e drogas – já apresenta resultados, como a queda de 15% nas mortes violentas no último ano.
Nos últimos cinco anos, o país enfrentou um aumento acentuado da criminalidade, com destaque para homicídios, tráfico de armas, roubo de combustível e extorsões promovidas por grupos criminosos associados a cartéis mexicanos e à máfia albanesa. Ao mesmo tempo, a economia continua fragilizada após a pandemia e o desemprego tem crescido.
Luisa González, que votou na província costeira de Manabí, promete retomar programas sociais implementados pelo ex-presidente Rafael Correa, além de reforçar a segurança. Segundo ela, Noboa tem governado de forma improvisada. Em caso de vitória, compromete-se a mobilizar 20 mil novos polícias.
Noboa acompanhou a contagem dos votos na cidade costeira de Olón, ao lado da esposa e dos filhos, enquanto González permaneceu em Quito.
“Os equatorianos querem mudanças reais”, declarou Noboa no encerramento da sua campanha, em Guayaquil. “Vamos mostrar que estamos prontos para deixar para trás a corrupção e a má gestão.” Ele projeta um crescimento económico de 4% este ano, com base em políticas de aumento da receita fiscal e medidas de austeridade. Também prometeu evitar novos cortes de energia e atrair investimento privado para o setor petrolífero.
A candidata González, por sua vez, apontou o aumento das taxas de homicídio no início do ano como prova de que a insegurança persiste. Apesar do apoio de parte significativa do movimento indígena, algumas comunidades da Amazónia manifestaram-se a favor de Noboa.
Embora González assegure que será ela a governar caso vença, e não Rafael Correa, membros do seu partido, Revolução Cidadã, já sugeriram um eventual regresso do ex-presidente ao país. Correa, que vive atualmente na Bélgica, foi condenado a oito anos de prisão por corrupção em 2020. Ele chegou a afirmar que Noboa poderia recusar-se a entregar o poder em caso de derrota.

+ There are no comments
Add yours