Um dia após anúncio de tarifa por Trump, presidente brasileiro promete tomar medidas para proteger empresas e trabalhadores.


Lula reage a tarifas de Trump e promete medidas para proteger empresas e trabalhadores brasileiros
(Folhapress) O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta quinta-feira (3) que o Brasil “respeita todos os países, do mais pobre ao mais rico”, mas que exige reciprocidade nas relações internacionais. Ele afirmou ainda que o protecionismo não tem mais espaço no mundo moderno. A declaração foi feita em resposta à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas sobre produtos brasileiros.
“Diante da decisão dos EUA de aplicar sobretaxas aos produtos brasileiros, tomaremos todas as medidas cabíveis para defender nossas empresas e nossos trabalhadores brasileiros”, disse Lula durante o evento “Brasil Dando a Volta por Cima”, promovido pelo governo.
O presidente brasileiro ressaltou que as ações do Brasil serão baseadas na lei da reciprocidade, aprovada pelo Congresso Nacional na quarta-feira (2), e nas diretrizes da Organização Mundial do Comércio (OMC). “O Brasil não bate continência para nenhuma outra bandeira que não seja a verde e amarela”, afirmou.
Enquanto Trump anunciava as novas tarifas, o Congresso Brasileiro aprovava o projeto de lei que estabelece regras de reciprocidade em relação às questões ambientais e comerciais nas relações do Brasil com outros países, um movimento que foi concluído logo após o pronunciamento do presidente americano. Lula reforçou: “Responderemos a qualquer tentativa de protecionismo, que não tem mais lugar no mundo de hoje”.
Em sua fala, Lula também aproveitou para agradecer ao Congresso pelo apoio aos projetos do governo e destacou a rapidez com que eles estavam sendo aprovados. “Quero agradecer aos deputados e senadores que têm apoiado a maior quantidade de projetos já aprovados por um governo em apenas dois anos. Houve presidentes com ampla maioria no Congresso que não conseguiram aprovar tanto. Por isso, muito obrigado”, disse.
A postura do governo brasileiro, desde o início das declarações de Trump, tem sido de buscar reciprocidade nas medidas econômicas. Lula, defensor do multilateralismo, criticou várias vezes as decisões protecionistas de Trump.
Antes do anúncio de Trump, Lula já havia manifestado, durante uma visita ao Vietnã, sua disposição para dialogar com o presidente dos EUA, com o objetivo de evitar tarifas entre os dois países.
Já foram anunciadas as novas tarifas de 25% sobre todos os automóveis fabricados fora dos Estados Unidos, além do aumento das taxas de exportação de aço e alumínio do Brasil para 25%, que entrou em vigor no dia 12 de março. Trump também havia declarado que as tarifas seriam recíprocas e chamou o dia 2 de abril de “o dia da libertação”.

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